Um condomínio chamado de corpo humano

Um condomínio chamado de corpo humano

Em tempos de novo coronavírus, tudo o que não queremos é nos infectar e contrair uma doença que pode ter consequências graves, certo? O melhor, nesse momento, é ficar em casa, aproveitar a companhia da família e as horas vagas para descobrir, por exemplo, que dentro do nosso corpo moram milhões de microrganismos!

Sabia que sobre sua pele, neste momento, estão vivendo milhões e milhões de bactérias? Elas nascem, reproduzem-se e morrem, ou seja, passam a vida inteira em seu corpo. Sem, às vezes, nem prejudicá-lo. Achou nojento? Não se preocupe: isso é mais que normal. Temos todos diversos ’moradores’ no interior e exterior de nosso corpo, e vários deles são até muito importantes para seu bom funcionamento.

Como os lactobacilos, que habitam nosso intestino. Eles regulam as funções desse órgão e protegem-no da ação de bactérias nocivas, ao mesmo tempo que conseguem alimento em uma fartura difícil de encontrar em qualquer outro lugar. Assim, os dois lados saem ganhando (veja o quadro), estabelecendo uma relação que os biólogos chamam de simbiose.

No estômago de ruminantes, como as vacas, a presença das bactérias é ainda mais necessária: sem a ação delas, esses animais não conseguiriam digerir a celulose – um tipo de açúcar – que existe no capim que comem. E sem a digestão dessa substância, teriam certamente muitos problemas de estômago!

Alguns pesquisadores afirmam que, no total, existe um número superior a 10 bilhões de bactérias em nosso corpo, divididas em mais de 200 espécies diferentes. A grande maioria vive no interior do organismo, em que a temperatura é mais ou menos estável e o alimento é abundante. Elas preferem os lugares em que é fácil encontrar comida: dentes, garganta e aparelho digestivo. Mas poucas bactérias habitam os locais em que há líquido correndo , como os canais por que passam as lágrimas ou a urina (veja o quadro ao lado). Elas não resistem à força da correnteza e acabam sendo arrastadas.

Embora o número de bactérias que habitam o corpo humano seja alto, todas elas, se reunidas, encheriam um recipiente pouco maior que uma garrafa pequena de refrigerante. E esse volume, comparado com o do nosso corpo, não significa muito.
Quando estamos doentes, o volume de bactérias aumenta por causa das que invadem o organismo para provocar a doença. Mas não pense que o corpo está tomado por elas! Embora as bactérias sejam muitas, quase não conseguimos perceber sua presença.

As bactérias também não vivem na bexiga ou nas partes inferiores dos pulmões, que são muito distantes do exterior para esses microorganismos chegarem até lá. Afinal, eles vêm de fora para dentro! Quando as bactérias são encontradas nesses lugares, é porque estão presentes no organismo em um número muito maior que o normal. Ou seja, está acontecendo uma infecção. As próprias bactérias que vivem em nosso corpo sem causar mal podem provocar uma doença se o sistema imunológico estiver em baixa, isto é, se os glóbulos brancos, nossas células de defesa, estiverem em menor quantidade que o normal. As principais causas dessa queda são a desnutrição, tratamentos com remédios fortes, invasões de vírus…

Mas não são só as bactérias que habitam nosso organismo. Há vários outros organismos, bem maiores que elas. Sabia que o nosso cabelo é cheio de fungos, e as dobras da nossa pele, de mofo? Aargh! Há ainda aqueles moradores, nem sempre benéficos, que não são costumeiros em nosso organismo, mas aparecem de vez em quando em busca de alimento e abrigo. Entre eles, estão o piolho, a sarna e os vermes. Esses indesejados moradores podem ser evitados tomando-se cuidados simples com a higiene.

Por isso, você não precisa mais sentir aquele medo de ficar sozinho que às vezes aparece. Se lhe servir de consolo, lembre que, o tempo todo, mais de 10 bilhões de seres vivos estão juntinhos de você, fazendo uma companhia que, muitas vezes, é benéfica para o funcionamento do seu organismo

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